Marcelo
Veiga nasceu em 1892, em São Tomé e Príncipe. Estudou em Lisboa e passou um tempo
lá, mas voltou a São Tomé, onde ele era proprietário de terra. Ele não era
muito conhecido até que Alfredo Margarido o incluiu na obra por ele organizada
e publicada, Poetas de S. Tomé e Príncipe (1963). Ele também foi um sinal de
negritude ao se expressar com seus poemas e isso não ocorre apenas com São
Tomé, mas também com a África como um todo.
NOVA LIRA – CANÇÃO
Quem
embarcou no porão
Fechado
a sete chaves,
Apertado
entre traves,
Sem
ver sol sem ver a lua?
Foi o
preto!
Quem
deixou a terra,
-Filho
ingrato que fugiu
ao pai
e à mãe que não mais viu,
para
ir acabar como um cão?
Foi o
preto!
Quem a
mata derrubou,
E
cavou e semeou
E co’a
sua mão de bruto
Cuidou,
recolheu o fruto?
Foi o
preto!
Quem
fez o ‘senhor’– o patrão;
Lhe
tirou da vida aflita
Lhe
deu senhora bonita
E
importância e situação?
Foi o
preto!
Marcelo
Veiga, in: Poetas de São Tomé e Príncipe (1963)
Será
que antes havia pessoas que preocupavam mais com a cultura Santomense ou nós
que não sabemos cuidar das belas e antigas obras.
Se
Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para cuidar. Por que amamos as
coisas e usamos as pessoas!
Pelo
visto esta teoria não esta sendo usada neste património.
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