Situada
junto à baía da Praia Rei, a roça Água Izé é famosa por ter pertencido ao
principal proprietário de origem negra – João Maria de Sousa Almeida.
A roça
era a sede da Companhia da Ilha do Príncipe tratando-se de uma das maiores e
importantes unidades agrícolas do arquipélago. A roça desenvolve-se sob forma
de “cidade”, num plano de declive vencido por pequenos socalcos. Servida diretamente
pela estrada nacional que a atravessa e liga a cidade de São Tomé à Vila de
Angolares, Água-Izé não tem entradas nem limites bem definidos. A sua
organização de “roça-cidade” é composta por uma malha quadriculada que forma
ruas, bairros, jardins e praças.
Os
edifícios, misturam-se sem aparente hierarquia dos espaços. Na zona baixa
localizam-se a casa da administração – implantada junto à estrada sem uma
posição central e dominante na estrutura da roça; as oficinas; as serralharias;
as carpintarias e os armazéns. A extensa bateria de sanzalas distribui-se ao
longo da encosta e os dois hospitais estão implantados na zona alta da
estrutura da roça.
A
maioria dos edifícios ainda existentes data da década de 1910-20, incluindo o
antigo hospital, erguido no ano de 1914. A sua dimensão insuficiente para
abranger toda os habitantes da roça, obrigou, em 1928, à construção de uma nova
unidade com a mesma tipologia, tornando-os nos edifícios mais interessantes a
visitar no complexo.
Desenvolvem-se
numa planta segundo um esquema radial de dois pisos com cinco alas distintas.
Permitia um controlo simultâneo de todos os blocos a partir do seu corpo
central. Embora sejam exemplos únicos no arquipélago, seguiam modelos
importados de Inglaterra e França.
À exceção
dos hospitais e da casa principal, os restantes edifícios obedecem a uma traça
uniforme com os vãos arqueados de molduras dentadas, tanto nas sanzalas como
nas unidades de produção.
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