Publicado setembro 28, 2018 por STP com 0 comentários

São Tomé | UBA-BUDO PRAIA


A roça Uba‑Budo Praia pertencia à Companhia Agrícola Ultramarina, como dependência da empresa sede Uba‑Budo.

Localizada no distrito de Cantagalo, era uma roça costeira e funcionava como porto de importação e exportação da empresa. No entanto, produzia e armazenava cacau, andim para óleo de palma, copra, entre outros.

O conjunto edificado abrange uma área de aproximadamente 2,5 hectares, distribuindo‑se os edifícios na sua periferia, com os armazéns e a sanzala a ocupar os lados sul e poente, e a casa principal e os serviços administrativos do lado nascente, perto da praia. A organização interna define‑se como uma tipologia de roça‑terreiro. Apesar da sua função de escoamento do produto, o porto não estava inserido na estrutura principal da roça. A forma retangular da Uba‑Budo Praia permite dividir o terreiro em dois espaços. O primeiro tem a entrada através de uma cobertura latada vegetal, tipicamente portuguesa e centrada a eixo com a casa principal, num esquema muito semelhante à roça Sundy, na ilha do Príncipe. Num segundo espaço estão todos os equipamentos de produção e manutenção (armazéns, oficinas e secadores), bem como o complexo das sanzalas.



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Publicado setembro 24, 2018 por STP com 0 comentários

São Tomé | Roça Água Izé


Situada junto à baía da Praia Rei, a roça Água Izé é famosa por ter pertencido ao principal proprietário de origem negra – João Maria de Sousa Almeida.

A roça era a sede da Companhia da Ilha do Príncipe tratando-se de uma das maiores e importantes unidades agrícolas do arquipélago. A roça desenvolve-se sob forma de “cidade”, num plano de declive vencido por pequenos socalcos. Servida diretamente pela estrada nacional que a atravessa e liga a cidade de São Tomé à Vila de Angolares, Água-Izé não tem entradas nem limites bem definidos. A sua organização de “roça-cidade” é composta por uma malha quadriculada que forma ruas, bairros, jardins e praças.

Os edifícios, misturam-se sem aparente hierarquia dos espaços. Na zona baixa localizam-se a casa da administração – implantada junto à estrada sem uma posição central e dominante na estrutura da roça; as oficinas; as serralharias; as carpintarias e os armazéns. A extensa bateria de sanzalas distribui-se ao longo da encosta e os dois hospitais estão implantados na zona alta da estrutura da roça.
A maioria dos edifícios ainda existentes data da década de 1910-20, incluindo o antigo hospital, erguido no ano de 1914. A sua dimensão insuficiente para abranger toda os habitantes da roça, obrigou, em 1928, à construção de uma nova unidade com a mesma tipologia, tornando-os nos edifícios mais interessantes a visitar no complexo.

Desenvolvem-se numa planta segundo um esquema radial de dois pisos com cinco alas distintas. Permitia um controlo simultâneo de todos os blocos a partir do seu corpo central. Embora sejam exemplos únicos no arquipélago, seguiam modelos importados de Inglaterra e França.

À exceção dos hospitais e da casa principal, os restantes edifícios obedecem a uma traça uniforme com os vãos arqueados de molduras dentadas, tanto nas sanzalas como nas unidades de produção.




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